terça-feira, 13 de outubro de 2009

Entrevista com o jornalista João Leite Neto


Por Jaquelina Nascimento
Foto: Arquivo pessoal

João Leite Neto nasceu em Itaporanga residindo lá até os 16 anos, até se mudar para a grande São Paulo. Jornalista desde 1964, já trabalhou em diversos jornais, rádios e emissoras de televisão.
Ditadura Militar, Reforma Eleitoral, paixão pela política, PRB e pretensões políticas em SP são questões respondidas pelo novo filiado do PRB –SP em entrevista.

PRB10SP- O que significa a Ditadura Militar na ótica do senhor?

João Leite Neto-Uma ditadura qualquer seja ela militar ou não é o que pode ser de mais execrável dentro de uma nação, de um país.Eu vivi quase que todos os anos dessa ditadura que nós vivemos no Brasil. Em 1964 começava exatamente como jornalista e essa ditadura se perpetuou durante um período mais fértil da vida de um jornalista sofrendo todas as disjunções em termos de censura, de perseguição.Trabalhei em uma Rádio, a rádio Sociedade Marconi que era tida como uma rádio de esquerda que foi a primeira rádio fechada onde todos nós fomos presos na ocasião.
O jornalista era tido como um pária alguma coisa execrável a não ser uma meia dúzia de lambe botas de jornalistas que serviam aos militares; esses eram endeusados e 90% de nossa categoria era só perseguição.
Processos vários; todo tipo de cerceamento de seu direito como jornalista. Isso estou dizendo com relação aos jornalistas especificamente.
E com relação ás demais categorias? Muitos morreram, tantos estão desaparecidos até hoje; ninguém encontrou até hoje o corpo do Rubens Paiva, deputado, ninguém sabe o que aconteceu até hoje. Comenta-se que foi jogado de um avião em alto mar. Esse é um exemplo e o retrato de uma ditadura.
Não existe melhor regime político do mundo do que a democracia. Todo poder emana do povo. A ditadura é ao contrário, todo poder emana de um grupo e é exercido por um cidadão apenas.Não tem Congresso, não tem Assembleia; não tem nada. Só ele manda e os demais obedecem.Pode-se viver em um Regime desses? Não.
Submeter-se e viver em um Regime ditatorial é desumano para qualquer se humano.

PRB-Em Brasília ultimamente vem-se discutindo sobre a questão da reforma, tais como a Reforma Política, Tributária e mais recente sobre a eleitoral.Gostaria de saber do senhor enquanto jornalista e político sobre a questão da Reforma Eleitoral especificamente.


JLN- Porque não se votam á tributária? Porque não se interessa a alguns segmentos.Porque não se votam á lei eleitoral? Porque não se interessam a muitos deles.
Quanto à eleitoral aprovaram algumas coisas; não entraram no fundamental e transferiram a responsabilidade para o Tribunal Superior Eleitoral regulamentar.É o que o povo costuma dizer: Tiraram a cabeça da guilhotina.

PRB-O senhor tem uma história política em SP e um número exorbitante de votos, sendo mais de três milhões de votos para o Senado.Gostaria que o senhor falasse sobre o início da paixão por política e o porque?

JLN-Na verdade fui arrastado e levado para a política. Em 1977 Franco Montoro disse a meu pai que deveria ir para a política. Uma das razões era essa.
Assumi a Assembléia em 1979. Como jornalista cobria a Assembleia e apenas sai da bancada de jornalista para a de deputado.Foi uma experiência muito rica, aprendi muito; fui segundo mais novo deputado e tinha 30 anos de idade na época.
Em 1994 fui surpreendido por um convite de Mário Covas para ser candidato a senador.
Fiquei em quarto lugar que resultou em 3 milhões de votos para minha surpresa.Mário assumiu e me convidou a participar de sua gestão.
A política estava muito pobre com a partida de Mário Covas, Ulysses, Montoro sobrou o que? De repente surge uma figura inquestionavelmente. Não conheço um partido, até mais os ferrenhos adversários que não respeitem a figura de José Alencar.
Ganhou a credibilidade nacional; não porque ficou doente.O vice-presidente da República tem sentido de altivez, independência.Veio fazer um favor ao Brasil. Não precisava daquilo, pois é um dos maiores empresários do país.
José Alencar é o patrono do PRB, no qual já tinha uma pessoa que admiro e que já trabalhou comigo, Marcelo Crivella.
Crivella se enfiou no sertão furando que nem tatu; todo mundo ria, mas olha milhares e milhares de famílias beneficiadas. Se cada brasileiro tiver um pouco desse tipo de loucura o Brasil fica melhor.
O terceiro ponto foi o momento em que o deputado Vitor Paulo me deu o programa do partido para ler.Primeiro que ele coaduna com minha linha de pensamento; segundo é uma coisa que é um programa enxuto e objetivo.
Resolvi me filiar ao PRB após consultar minha família.

PRB-O senhor citou várias personalidades do PRB tais como o presidente Vitor Paulo, o presidente de honra José Alencar e o presidente estadual do PRB-SP Gilmaci Santos.No PRB há vários princípios, entretanto um deles é o altruísmo. José Alencar sempre afirma que a política é uma doação.Qual a opinião do senhor referente a esta afirmação?


JLN-Traço fundamental de nosso partido é o altruísmo e a solidariedade.Não conheço traços melhores de uma personalidade humana que não seja solidária e altruísta.Você coloca exatamente o que dizia. O José Alencar faz um favor para o Brasil. Ele não precisa da política.
Ele está se entregando e sendo altruísta. Esse reflexo se ramifica pelo Brasil quando você pega uma figura como Gilmaci Santos é exatamente a estratificação desses pressupostos. É um sujeito humilde na sua forma de se comportar. Não tem prepotência, soberba, sendo uma pessoa capaz, solidária, amiga, que gosta do que faz e que quer se dedicar.
Pensei o porque eu ainda não tinha entrado para esse grupo. Eu achei o ninho onde está o Gilmaci, Vitor Paulo, José Alencar e o Crivella.

PRB10SP- Para as pessoas que não o conhecem. Gostaria que o senhor definisse quem é João Leite Neto.


JLN-É um garoto caipira nascido no sudoeste do estado de SP na cidade de Itaporanga. Filho de um delegado de política. Vim para SP aos 16 anos.Quando cheguei em SP tinha um jornal chamado Última Hora e uma figura chamada Samuel.
Eu passava pelo viaduto do Chá onde ficava a redação e falei que era isso que quero.Meu pai queria que fizesse direito; eu fiz, mas só para agradar meu pai.Queria ser repórter daquele jornal e um ano depois estava estagiando naquele jornal.
Fiz toda careira que você possa imaginar. Trabalhei em revistas, jornal, rádio, televisão em tudo. Jornalisticamente eu sou multimídia.Trabalhei na Globo, SBT, Bandeirantes; fui à Record duas vezes , mais recentemente no “Cidade Alerta”. Passei pela política, mas nunca larguei o jornalismo e não pretendo largar.
Se um dia eu vier a ser eleito governador, eu vou fazer questão de colocar na porta do gabinete “Repórter Governador” e para mim vai ser um honra.

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