terça-feira, 10 de novembro de 2009

Lula chora em homenagem a José Alencar


Uma homenagem feita segunda-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao vice-presidente da República, José Alencar, reuniu no mesmo auditório o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto: o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Alencar recebeu o título de presidente emérito da Fiesp. Carismático, protagonizou uma solenidade marcada por depoimentos emocionados, na qual o embate eleitoral de 2010 foi deixado de lado pelos atores da sucessão presidencial.

Ao discursar, Lula fez Alencar chorar copiosamente. “Eu também me pego chorando quando penso na vida, Alencar. Ainda bem que conseguimos chorar. Eu tenho medo das pessoas que não choram”, disse o presidente da República. Em seguida, fez o vice rir. “Eu lamento, Alencar, de não tê-lo conhecido bem antes. Se a gente tivesse se conhecido antes, eu não teria perdido tanta eleição.” Enquanto Lula discursava, Serra e a primeira-dama, Marisa Letícia, sentados lado a lado, conversavam no palco. Lula pediu para quebrar o protocolo e falar antes de Alencar.

“Acho uma injustiça me deixar para falar por último”, declarou. “Alencar é uma pessoa especial como político, pai e companheiro.” No meio da fala, o presidente convidou Alencar para ser seu vice em uma próxima eleição. Lula só pode, por lei, disputar o Planalto em 2014. “Alencar, a gente conta nos dedos, e eu tenho um a menos, quantos amigos verdadeiros nós temos. Eu posso dizer que você é um deles, principalmente na época das vacas magras.” Depois do discurso, Lula chorou.

Referência

Já José Serra disse que Alencar é um exemplo de empresário e político para o país. “É um homem de fé religiosa, um político admirável e humilde, além de um empresário competente. Ao lutar pela saúde de maneira forte, dá um exemplo para todos os brasileiros que lutam como ele.” José Alencar afirmou que estava muito emocionado após ouvir Lula. Ele agradeceu ao presidente, a Serra e ao presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e prometeu fazer um discurso breve. “Ninguém vota em vice-presidente. Eu fui eleito por causa do Lula. Eu procurei não atrapalhar e acho que não atrapalhei porque fomos eleitos duas vezes”, disse.

“Tem valido a pena ter acompanhado de perto o seu trabalho, que trouxe prestígio ao Brasil em todas as nações. Eu nem acreditava, quando estávamos em campanha, em 2002, que o Lula viajaria. Achava que nunca assumiria a Presidência da República”. Durante a solenidade, Paulo Skaf relembrou a trajetória empresarial do vice-presidente, contando como ele herdou dos pais o talento para os negócios. “A competência era tanta que ele montou uma loja modesta de chapéus, tecidos e guarda-chuva com dinheiro emprestado pelo irmão mais velho”, contou Skaf, que deseja disputar o governo paulista pelo PSB.

Trajetória de sucesso

A trajetória de Alencar nos negócios começou aos 18 anos, quando inaugurou a loja popular A Queimadeira, no município de Caratinga. Em 1953, Alencar vendeu o empreendimento e mudou de ramo, passando à área de cereais por atacado, para em seguida montar com os irmãos a fábrica de macarrão Santa Cruz. Depois, passou a atuar no ramo têxtil, tornando-se o maior empresário do ramo na América do Sul. Hoje, a Coteminas tem 11 unidades, que fabricam e distribuem fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas, roupões de banho e lençóis para o mercado interno, Estados Unidos, Europa e Mercosul. O título recebido por Alencar já foi dado a ex-presidentes da Fiesp, como Mário Amatto e Luiz Eulálio Vidigal Filho. Também já foi concedido ao empresário Antônio Ermínio de Moraes, do grupo Votorantim.

Durante a homenagem, foi apresentado um vídeo com imagens de Alencar e depoimentos de amigos e pessoas simples. Em seguida, houve um show da cantora Lecy Brandão, uma das preferidas do vice-presidente. Estavam ainda no evento a ex-ministra Marta Suplicy, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.


Fonte: Uai

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