Na última semana aconteceu o 1° Encontro Catarinense de Experts em
HPV. O evento aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
e serviu também para comemorar os dez anos de fundação do Centro de
Pesquisa Clínica Projeto HPV do Hospital Universitário. A universidade
iniciou uma campanha de vacinação anti-HPV e dará descontos para a
comunidade acadêmica.
O encontro é importante para que as pessoas vejam o quanto a vacina é
fundamental para a saúde da mulher. Pensando nisso, em 2008, apresentei o
PL 287, que autoriza o Poder Executivo a disponibilizar, nas unidades
de saúde do Estado, a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) e o
câncer de colo de útero. A propositura foi bem recebida pela imprensa e
também pela população, inclusive por homens preocupados com a saúde de
suas filhas e esposas.
Segundo especialistas, a vacina é quase 100% eficaz e é fundamental
utilizá-la na prevenção do câncer. Como em qualquer área, avalia-se
também o custo-benefício dos medicamentos, e tenho certeza que a
importância desta vacina supera qualquer valor considerado alto para
alguns. Está em questão o futuro de muitas mulheres que poderão evitar o
câncer de colo de útero.
Durante o evento da UFSC, o professor de ginecologia e obstetrícia e
chefe do Centro de Pesquisa, Edison Fedrizzi, falou sobre a importância
do evento para a comunidade e deu ênfase a necessidade de o sistema
público de saúde oferecer gratuitamente a vacina contra o vírus. O
especialista também disse que o Brasil precisa seguir o exemplo dos
países desenvolvidos que já fazem isso. Segundo Fedrizzi o investimento
nas vacinas preventivas torna-se menor que o custo para o tratamento da
doença já desenvolvida e essa economia pode destinar mais recursos para o
estudo sobre HPV.
Concordo com o professor, a prevenção ainda é a melhor forma de
diminuir a incidência de certas doenças. Espero que o projeto
apresentado aqui na Assembleia Legislativa seja aprovado, porque a
distribuição gratuita deste medicamento será útil para nossa comunidade.
Infelizmente, já ouvi de alguns especialistas que isso não ocorrerá
porque custará valores vultosos aos cofres públicos. Ainda assim, o
beneficio supera o custo, além disso, é possível fazer parcerias com
universidades e centro de pesquisas, algo que diminuiria o valor do
produto.
A infecção pelo HPV é uma doença transmitida sexualmente e pode afetar
homens e mulheres, se não tratada, pode evoluir para o câncer de colo de
útero. Há uma centena de tipos de HPV, mas a maioria das infecções é
causada por apenas quatro deles. A vacina quadrivalente contra HPV é a
única que protege contra os quatro sorotipos do papilomavírus humano.
Mesmo não existindo levantamento exatos sobre casos de HPV no País,
especialistas estimam que a doença afetou ou afetará 75% da população.
Em março, a vacina foi distribuída gratuitamente em escolas de Catalão,
cidade localizada no sudeste de Goiás. Cidades como Araraquara, Itu,
São Francisco do Conde (BA) e São Pedro de Alcântara (SC) já
disponibilizaram a vacina na rede pública de saúde por certo período.
Esses são municípios exemplo para nós. São Paulo não pode ir à contramão
da necessidade de nossa população. Vou continuar lutando pela aprovação
do PL aqui na Casa e também pela sanção do governo do Estado.
*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e líder da bancada na Assembleia.
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