Em um discurso corajoso, que arrancou elogios de parlamentares de
vários partidos no Congresso, o deputado Otoniel Lima (PRB-SP) atacou a
leniência com que o Estado tem tratado a criminalidade,
responsabilizando ainda os autores do discurso politicamente correto
como coautores das práticas que estariam empurrando nossa sociedade para
o crime ou para o vício. “A violência e a criminalidade crescem na
exata proporção em que aumentam a ineficiência do Estado nesse campo”,
disse.
Otoniel criticou os que responsabilizam apenas a pobreza e a miséria
como criadouros da criminalidade. “Não pode pretender associar
criminalidade e pobreza, como quer a visão míope de alguns. Sem
desconhecer que condições socioeconômicas desfavoráveis podem contribuir
para a criminalidade, dezenas de outros fatores estão presentes. Fosse
assim, não haveria pessoas de bem onde há pobreza. Fosse assim, não
haveria criminoso onde há riqueza”, lembrou.
Para Otoniel, a frouxidão de regras tem facilitado a disseminação e
crimes no País. Segundo o parlamentar republicano, boa parte da
responsabilidade decorre do ativismo que com a desculpa de respeitar os
direitos humanos soterra os direitos do cidadão de bem “Um ativismo
sistemático contra a autoridade do Estado e dos seus agentes acontece.
Os órgãos de segurança pública constantemente são alvo de pancada dos
chamados ativistas dos direitos humanos. A liturgia que cercava os
mestres de outrora foi destruída –, dando lugar ao aluno que tudo pode,
protegido por correntes pedagógicas “moderninhas” e por uma legislação
que blinda os jovens delinquentes”.
Provocador, Otoniel usou o plenário para desafiar os que acreditam que o
ativismo social é a panaceia para todos os males. “Não seria demais
dizer que o Estado e suas instituições foram minados em sua autoridade e
se tornaram reféns desses ativistas, que falam em nome da sociedade,
ainda que ninguém lhes atribuído delegação para tanto. Onde estão os
defensores dos direitos humanos quando os órfãos choram a ausência dos
pais levados pelas mãos dos latrocidas? Das crianças famintas e drogadas
errantes pelas ruas? Dos policiais mortos e inválidos no cumprimento do
dever?”.
Otoniel questionou também a utopia de determinados projetos leis, que
estão em descompasso com a realidade. “O Estatuto da Criança e do
Adolescente é um exemplo crasso de lei aprovada pelo Parlamento sob a
influência do politicamente correto e em total descompasso com a
realidade. Eis que, não importando quantas crianças e adolescentes
ficaram e ainda ficarão desamparados pela morte dos seus pais pelas mãos
de um menor assassino, este terá a proteção do Estado e, em breve,
estará nas ruas para prosseguir na sua carreira de delinquente, enquanto
os filhos da vítima estarão ao Deus dará.”
O deputado alertou que o Brasil vive uma situação de guerra contra o
tráfico. “Senhoras e Senhores Deputados! a realidade não é politicamente
correta. O narcotráfico, hoje, é o principal motor das prisões no
Brasil. Se, em 2007, foram efetuada 62.494 prisões; em 2010, este número
subiu para 106.491. Um aumento de 62%. Vejam o custo social e econômico
que sai para o País, para os cidadãos que são obrigados a sustentar as
consequências do vício, enquanto o contingente de moradores de rua vai
sendo engrossado pelas legiões de zumbis drogados, com elevado custo
previdenciário: cerca de 2 bilhões e 700 milhões reais no ano passado. E
ainda querermos discutir a descriminalização?” questionou.
Para Otoniel, a situação é de conflito e como tal deve ser tratada. “Na
guerra, parte-se, com todo o vigor necessário, com todos os meios
disponíveis, para a eliminação do inimigo. Deve-se mirar nos exemplos
daqueles países que, efetivamente, empreenderam – e venceram – guerras
contra as drogas, e não daqueles países que as perderam porque fizeram,
por anos a fio, campanhas meramente defensivas. Perguntemos à China,
que no século XIX, depois de ter perdido para os britânicos a Guerra do
Ópio e de ter metade da sua população masculina levada ao vício, como
venceu a guerra contra o ópio. Não foi tolerando a legalização imposta
pelos vencedores”.
E concluiu: “O Brasil, no alvorecer do século XXI, caminha a passos
largos, não para o tão decantado país do futuro, mas para o fundo do
poço igual ao que uma China drogada foi levada no século XIX,
transformando o que seria o país do futuro em um país sem futuro; tudo
por culpa da leniência, da omissão, da incompetência, do medo, dos
devaneios utópicos dos que têm o poder-dever de agir e não o fazem ou
não o fazem como deviam”.
Por Paulo Gusmão
Fotos: Douglas Gomes
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