São exorbitantes os juros cobrados no nosso país para quem paga
apenas parte da fatura do cartão de crédito. A taxa média anual subiu de
237,9%, em janeiro, para 323,4%, em junho. E olha que a taxa básica de
juros da economia vem caindo.
De acordo com pesquisa divulgada pela associação de defesa de
consumidores Proteste, o Brasil tem a maior taxa média de juros nas
operações com cartão de crédito na comparação com seis países da América
Latina: Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México. E mais: o
valor cobrado no Brasil é superior à soma de todas as taxas cobradas
nos cartões de crédito nos seis países. O Peru, que aparece na segunda
posição, cobra taxa média de 55% ao ano; e o Chile 54,24%. O menor
percentual é o da Colômbia com 29,23% anual.
Fica comprovado, portanto, que o consumidor brasileiro continua
submetido a taxas escorchantes, o que faz com seja crescente o número de
pessoas endividadas. Para se ter uma ideia do lucro astronômico obtido
pelos empresários do setor, caso a média anual dessas taxas fosse a
metade, ainda seria maior que o dobro do Peru, país segundo colocado no
ranking.
Vale destacar que compras realizadas no cartão de crédito são
responsáveis pela inadimplência de 41 por cento dos brasileiros,
conforme revela pesquisa feita pela administradora do Serviço Central de
Proteção ao Crédito. Portanto, todo cuidado é pouco na hora de usar o
cartão de crédito. Procure se programar para quitar o total da fatura
quando vencer. Na se iluda com a ideia de pagar apenas o valor mínimo do
cartão. É importante consumir de forma consciente, sem exageros, dentro
dos limites do orçamento, porque esse dinheiro é o mais caro da América
Latina.
Uma alternativa que poucos conhecem é ingressar com a chamada ação
revisional de contrato, isto porque, em muitos estados brasileiros, há
juízes que entendem que os juros desses contratos são abusivos, já que a
cobrança de juros capitalizados mensalmente é ilegal.
Vinícius Carvalho, presidente estadual do PRB São Paulo.
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