Certa vez, um político atuante e preocupado com os menos favorecidos
decidiu, juntamente com sua assessoria e apoiado por profissionais
liberais, organizar uma ação social na periferia da região em que
morava. Aproximadamente 1.000 pessoas foram atendidas naquele dia.
Porém, o que chamou a atenção foi o fato de uma senhora, acompanhada por
seu filho cadeirante, com 14 anos, parabenizar o político por aquela
iniciativa e se dizer feliz, já que votara nele na última eleição. Ela
não parou por aí. Aproveitou para pedir-lhe uma cadeira de rodas para o
filho, pois a que ele usava estava pequena demais, trazendo-lhe grande
desconforto.
O político, solícito como sempre, falou para a responsável
pelo serviço social do gabinete que pedisse uma cadeira a uma entidade
filantrópica que sempre o atendia em demandas pontuais, devido a uma
parceria existente, já que encaminhava recursos do governo para aquela
instituição. Para sua surpresa, a senhora falou: "eu não quero uma
cadeira desta instituição, eles já me deram uma e por ser muito simples,
recusei”.
No mesmo instante, o político a interpelou dizendo: "desculpe-me, mas a
senhora está falando que precisa de uma cadeira para seu filho, digo
que conseguirei uma doação, mas, por ser muito simples não quer. Então,
entendo que a senhora quer que eu compre uma cadeira para seu filho".
Ela tentou consertar a situação falando que foi mal interpretada. Na
verdade, pretendia sensibilizá-lo pela situação em que seu filho se
encontrava, além de "cobrar" pelo voto que disse ter dado.
Este político, por sua integridade, ética e respeito aos seus eleitores
falou para ela que não trabalhava daquela forma, mas, transformando o
voto recebido em ações efetivas para a comunidade, através das ações
sociais, e não retribuindo individualmente ou "pagando" pelos votos
conquistados.
Assim, amigo leitor, tem sido a relação de muitos políticos
inescrupulosos com eleitores da mesma estirpe. A verdadeira
comercialização da política. A partir do momento em que o cidadão se
presta a pedir algo em benefício próprio, seja cadeira de rodas,
tijolos, caixa de cervejas, camisas de time de futebol ou patrocinar
qualquer tipo de festinha, com que moral poderá cobrar deste político
uma postura ética e conduta ilibada?
Quando nós cidadãos delegamos a alguém poder para nos representar
através do voto, devemos cobrar deste, prioritariamente, uma conduta
ética, honesta e acima de tudo, comprometida com a coletividade.
Não podemos pensar que a corrupção está na instituição, seja ela qual
for, pois todo desvio de conduta é uma manifestação humana,
principalmente na pessoa que faz parte da instituição e carrega dentro
de si a índole corrupta, desonesta e nefasta. Esta, apenas espera o
momento de manifestar o que está dentro de si. As pessoas levam por toda
sua vida o que foi formado dentro do seu lar, no berço de sua família.
Se desonestidade, desonesta será. Se falta de caráter, sem caráter será.
Mas, se foi formada na honestidade, respeito e dignidade, então, esta
pessoa, ainda que anônima, será um exemplo para os que estão a sua volta
e orgulho para os seus familiares.
A meu ver, o erro ou acerto começa na família.
De acordo com essa matéria prima (formação familiar), o produto será bom ou ruim.
Amigo leitor faça uma reflexão e veja qual é a sua matéria prima.
Vinícius Carvalho, presidente estadual do PRB São Paulo.
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